Olho para trás e me deparo com milhares de incertezas no
caminho. Frases mal pontuadas, textos sem fim. Sou uma incerteza ambulante.
Minha bússola é o medo, a esperança, a dor.
E nisso nada faz sentido. O desespero me invade. Confusões e
mais confusões, sou apenas isso, mais nada.
Motorista, abra essa porta, preciso fugir. Moço, segure
minha mão, preciso de alguém. Coração, não surte, preciso de você quietinho aí
no meu peito antes que tudo perca seu sentido de vez. Melissa, acorde, o sonho
já acabou.
Ninguém me vê, ninguém me ouve, ninguém me entende. Invisível.
Uma peça sem encaixe nesse imenso quebra corações da vida. Um jogo. Tudo não
passa disso.
Voe coração. Fuja para longe, bem longe. Não converse com
estranhos, não se doe para estranhos, não pule desse precipício chamado amor.
Corra o mais rápido que puder, aonde nem mesmo os mais singelos anjos possam
ouvir suas pulsações.
Fecho os olhos. Mais perto do céu procuro a liberdade da
minha alma. Um passo a frente e milhares de metro abaixo. “Entendi, eu
finalmente entendi!”, murmuro ao vento. Quero voltar atrás, gritar em alto e
bom tom para todo mundo ouvir. Tarde demais. Sempre tarde. Sempre demais. Transbordei
na vida e aqui estou, dando o último suspiro antes de morrer afogada nas minhas
interrogações. Ó céus, para quê tanta pergunta, quando apenas uma bastava? Me
inundei nesse mar de dúvidas por pura pieguice.
Aproximo do mundo. Afasto de mim. A um palmo do chão
descubro o sentido da vida. Reticências, mais nada.
Que texto perfeito. Digo isso pois já senti o que você provavelmente sentiu ao escrevê-lo, a agonia, a falta de ar pelas voltas que a mente dá. Mas nunca consegui descrever tão bem quanto você conseguiu aqui. Estou impressionada. *o*
ResponderExcluirBeijos! || ape56.blogspot.com