domingo, 23 de novembro de 2014

Esse tal de amor


Isso está me matando. Sinto como se estivesse voltado no tempo. Esse maldito sentimento está consumindo cada parte daquilo que tinha restado da minha sanidade, que vamos combinar, não era nenhum número muito considerável. 
Jurei a mim mesmo que jamais seria aquela garota novamente. Que nunca me deixaria ser controlada por um sentimento tão tolo. Que não deixaria de dormir noites e noites chorando por causa de um cara. Que não sentiria essa dor no coração que me faz acreditar que vou morrer a qualquer hora.
Olhar para uma pedra no chão e chorar por lembrar de algo. Sentir seu cheiro em todos os lugares. Ver seu rosto em qualquer um. Ouvir sua voz em tudo quanto é canto. Passar o dia com o tempo dividido entre ter planos absurdos com nós dois e me xingando por ser tão estúpida a ponto de pensar em coisas tão impossíveis.
Você veio me falar sobre a garota pelo qual está apaixonado e naquele momento, juro, meu coração se desfez em tamanhos tão pequenos que pensei que nunca mais seria capaz de colá-los novamente.
Caramba garoto, por que você é tão você? Isso é injusto comigo. Você que é tão perfeito ou eu que estou obcecada demais? Talvez um pouco de cada. Mas poxa, fica cada vez mais difícil resistir a esse seu jeito. Não teria uma só coisinha pra mudar em você. Parece até que veio sob encomenda para mim, afinal, o cara que passei tanto tempo desejando que existisse. E a encomenda chegou, só que para o endereço errado. Um pacote ocupa minha mesa, mas está ali pelo simples fato de estar, pra ocupar esse vazio imenso que é a minha casa. Tenho ele em minhas mãos mas confesso que me preocupo mais em te espiar pela janela, ocupando a mesa da casa vizinha. E dói te desejar tanto. Dói você não ser meu. Dói eu ter alguém pensando em outro. Dói eu tentar me enganar fingindo estar feliz assim. Dói não te ter aqui no lugar dele. Dói. Muito.


terça-feira, 1 de julho de 2014

-A gente tinha tudo para dar certo. Já pensou nisso?
- Muitas e muitas vezes. As vezes concordava, as vezes achava insano. É difícil dizer que pessoas tem tudo para dar certo, já que a vida é cheia de imprevistos. De certa maneira, demos certo. Por um tempo, mas demos. E isso já foi o bastante para mim.
Sabe de uma coisa? Nosso amor foi eterno enquanto durou. E só hoje percebo isso.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vá em frente

- O problema não é você, sou eu.

É, eu sei. Definitivamente é você e esse seu jeito idiota. Quis o mundo nas mãos e me soltou. Nem se preocupou com meu tombo. Vá em frente, só não ouse olhar para trás. Não ouse dizer meu nome no meio de tantas outras. Não ouse me procurar.
Estava a um passo de te perdoar. E o que você fez? Me empurrou! É o que sempre faz. Foi assim das outras vezes. 
Não percebeu que tudo que eu sempre quis era me sentir única e especial? Te abri meu passado, minhas dores, meus traumas. Joguei dicas no caminho. Deixei sentimentos no ar. E para quê? Você fazer exatamente o mesmo que aquele que passou antes e partiu cada pedaço do meu coração. Sabe, eu realmente tive esperanças que seria diferente. Que você seria capaz de consertar a bagunça que estava quando chegou. Que você seria a cola capaz de juntar todos os cacos para eu deixar de ser essa máquina quebrada e sem função. Não foi. E passou bem longe de ser.
Depositei todas as minhas esperanças em você. A luz do meu fim do túnel. Tão linda de longe. E foi se aproximando... tomando forma. Grande. Assustadora. Me atropelou e seguiu adiante. Deixando-me sozinha na escuridão novamente.  

- Não, tudo bem. Eu te entendo. Vamos ser amigos?

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Adeus (meu amor?)

Era para eu estar arrasada,chorando impiedosamente, revoltada com o mundo, implorando sua volta. Mas não consigo fazer nada. Permaneço estática olhando para seu corpo, agora pálido,segurando uma rosa vermelha. Suas preferidas. Se você estivesse aqui me entenderia, você sempre soube, mas fingia de tolo por preguiça de sair da rota, mudar os planos, ter que improvisar. Isso nunca foi com você, o rei das certezas. E agora te pergunto, de quê valeram pequenas certezas com tantas oportunidades jogadas fora? Nunca te amei, e você soube disso. Mas você também não me amava, eu sei. 
Procurando a perfeição você acabou com as mais imperfeitas das soluções: a ilusão. Pensou que os castelos de família perfeita nunca desabariam... e veja só, você se foi e deixou tudo cair sobre mim. Criamos um teto antes das paredes, tudo isso por causa do seu medo de tempestades. Como fui tola... Caí na sua, não posso negar. 
Meu coração interesseiro procurando estabilidade caiu num emaranhado de confusões. Que armadilha! Larguei meu amor, é, aquele garotinho mesmo, apenas porque uma vida ao seu lado parecia mais fácil. E foi. Mas esqueci que facilidade vem acompanhada com a monotonia, e para aquela garota que respirava aventuras, isso foi demais. 
Faço um esforço e derramo uma lágrima. Mais pelos outros que por mim. Afinal, você deixou comigo essa mania estúpida de achar que o que os outros pensarão chega a ser algo importante. E nisso choro. Faço escândalo. Pergunto "por quê?" à Deus. Você merecia um adeus mais digno. Merecia alguém mais digna. Só espero que um dia me perdoe. Por ter entrado no seu teatro, ter vivido tão superficialmente, e acima de tudo, por não ter aberto seus olhos enquanto era tempo, antes deles se fecharem para sempre.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Te esperando


Depois de tudo, o que mais me irrita não é você passar do outro lado da rua sem fingir ter me visto, falar mentiras sobre mim aos seus amigos ou muito menos toda a dor que você me trouxe. O que mais me irrita é a minha esperança.
Esperança de que você vai acordar em um belo dia e ver que eu sempre fui o amor da sua vida, que me ligará dizendo que errou, que vai largar sua namorada e vir correndo atrás de mim. Esperança de que você vai bater na minha porta de madrugada, me trazer flores, gritar que me ama para todo mundo ouvir. Esperança de que você vai me abraçar bem forte e nunca mais soltar, que vai entrelaçar minha mão na sua sem medo ou receio. Esperança de juntos seremos um só. Para sempre. 
Mas acima de tudo, esperança de um dia parar de esperar por você.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Certa incerteza

Olho para trás e me deparo com milhares de incertezas no caminho. Frases mal pontuadas, textos sem fim. Sou uma incerteza ambulante. Minha bússola é o medo, a esperança, a dor.
E nisso nada faz sentido. O desespero me invade. Confusões e mais confusões, sou apenas isso, mais nada.
Motorista, abra essa porta, preciso fugir. Moço, segure minha mão, preciso de alguém. Coração, não surte, preciso de você quietinho aí no meu peito antes que tudo perca seu sentido de vez. Melissa, acorde, o sonho já acabou.
Ninguém me vê, ninguém me ouve, ninguém me entende. Invisível. Uma peça sem encaixe nesse imenso quebra corações da vida. Um jogo. Tudo não passa disso.
Voe coração. Fuja para longe, bem longe. Não converse com estranhos, não se doe para estranhos, não pule desse precipício chamado amor. Corra o mais rápido que puder, aonde nem mesmo os mais singelos anjos possam ouvir suas pulsações.
Fecho os olhos. Mais perto do céu procuro a liberdade da minha alma. Um passo a frente e milhares de metro abaixo. “Entendi, eu finalmente entendi!”, murmuro ao vento. Quero voltar atrás, gritar em alto e bom tom para todo mundo ouvir. Tarde demais. Sempre tarde. Sempre demais. Transbordei na vida e aqui estou, dando o último suspiro antes de morrer afogada nas minhas interrogações. Ó céus, para quê tanta pergunta, quando apenas uma bastava? Me inundei nesse mar de dúvidas por pura pieguice.
Aproximo do mundo. Afasto de mim. A um palmo do chão descubro o sentido da vida. Reticências, mais nada.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Trago

Atrás de toda essa fumaça,
trago a esperança.
Depois de tanta dor,
trago o esquecimento.

O passado me preenche
Me arde a garganta
Perfura meus pulmões
Me foge pela boca.

Enquanto isso o presente queima em minhas mãos,
Virando cinza, me escapando entre os dedos
Fugindo para se fundir ao vento
Usando duras palavras para se guiar.

E nisso trago
Trago dores e amores
Trago a vida
Trago o tempo
Deixo-me queimar